Resumo:
A "cidade-global" vem sendo difundida pelo mundo como o único modelo urbano capaz de garantir a sobrevida das cidades no "novo" contexto da "globalização da economia". Se esse modelo pode até mostrar-se de alguma eficácia no contexto das grandes cidades desenvolvidas, isso não ocorre, entretanto nas grandes metrópoles periféricas, como no caso de São Paulo.
A observação de dados empíricos da cidade mostra que ela não apresenta nenhum dos atributos típicos da "cidade-global": ela não se situa na rota dos grandes fluxos da economia global, não sofre de um processo de desindustrialização estrutural nas mesmas proporções do que as cidades desenvolvidas, não vê o "terciário avançado" se sobrepor aos outros setores da economia, etc. Entretanto, o discurso dominante do pensamento único neoliberal, que tem como paralelos urbanos as teorias da "Cidade-Global", do "Planejamento Estratégico" e do "Marketing de cidades", impõe um discurso ideológico pelo qual esses modelos seriam as únicas opções de urbanização aceitáveis para São Paulo.