Resumo:
Retomando as discussões sobre o Planejamento Estratégico e sobre a adoção de um modelo onde “o planejamento urbano foi transformado no seu avesso pelas chamadas máquinas de crescimento urbano” (E. Maricato), Otília Arantes esmiúça suas consequências para a cidade de Barcelona, ao longo das duas últimas décadas. Os conceitos e estratégias que àquela época, os anos 1990, acionavam o discurso e a prática de empresariamento da cidade – revitalização, reabilitação, requalificação, city marketing, etc. – são desta forma confrontados com o processo de gentrificação que lhes eram inerentes e, esgotadas as possibilidades das políticas neoliberais, com as ruínas construtivas e sociais que ocasionaram. O fato dos megaeventos, culturais e esportivos, terem servido de mote publicitário desta jornada e de que, finalmente, chegou a hora do Brasil juntar-se a esta “grande marcha de insensatez social” tornam a reflexão de Otília Arantes um contraponto necessário.