Resumo:
Entre o final da Guerra Civil espanhola (1939) e as primeiras eleições municipais da democracia na Espanha (1979) transcorreram quatro décadas de ditadura. Durante esse período, a cidade de Madrid acolheu, de forma desordenada, um crescimento demográfico exponencial derivado da migração campo-cidade, que gerou uma periferia carente de estrutura e de ínfima qualidade, na qual se sobrepuseram tecidos autoconstruídos, de promoção estatal e de promoção privada.
Durante a transição democrática, e como consequência de um dos movimentos sociais urbanos mais potentes que a Europa já conheceu, essas periferias sofreram uma transformação sem precedentes que pretendia a incorporação daqueles tecidos à cidade e a restauração dos direitos de cidadania de seus habitantes.
O governo, a partir do âmbito local, utiliza o planejamento urbano e a política de habitação como as ferramentas de base para tal transformação. Transcorridos outros quarenta anos, é possível e necessário realizar um balanço que permita compreender qual foi o alcance real dessas políticas e quais as suas debilidades e fortalezas.