Resumo:
O curso discute os vínculos entre a crítica, a teoria e a história. Com efeito, teoria, crítica e história se apresentam hoje na cultura arquitetônica em uma espécie de encruzilhada, com uma ligação muito forte e, diferentemente do campo da arte ou da literatura, os vínculos são aí muito confusos: muitas vezes os arquitetos se tornam críticos, históricos; os arquitetos muitas vezes fazem a história e acontece muitas vezes que os críticos têm um ponto de vista tão militante que passam a ser quase arquitetos. Uma espécie de grande confusão dos papéis, que acreditamos porém possa ser também uma riqueza da cultura arquitetônica. Não se trata de dar definições abstratas, não é útil estabelecer limites entre a história, o projeto, e a crítica. Essa confusão pertence a uma situação histórica: a arquitetura, diversamente de outras disciplinas – da medicina ou da física, ou da engenharia – tem uma construção disciplinar particular e muito frágil, muito incerta, e muito ligada ao debate das idéias, ao contraste de posições. Isto quer dizer que outras disciplinas se transmitem com maior sistematicidade, como se a tradição do saber tivesse recebido no tempo uma sua ordem e tivesse construído um sistema. Para a arquitetura é muito menos assim e nós trabalhamos dentro de um terreno incerto e talvez isto explique ainda mais os incertos confins entre, por exemplo, o pensamento crítico e a arquitetura. Mas este problema do pensamento crítico e da obra que é construída é uma grande questão da cultura moderna.