Resumo:
Em Serra Negra, uma cidade de relevo acidentado que propicia a criação de relações visuais em edifícios, foi escolhido um terreno de topo de morro por possuir uma maior angulatura de visão.
A cidade que tem sua economia baseada no turismo e no comércio faz uso da mão-de-obra local, a qual, em sua grande maioria, não é dotada de capacitação profissional. Para contribuir e tentar suprir essa necessidade local, é atribuído um programa educacional, se concretizando em uma Escola Técnica Centro Paula Souza, que possui Ensino Médio e Cursos Técnicos de Administração, Comércio, Cozinha, Hospedagem, e Serviços de Restaurante e Bar.
Dessa maneira, o projeto é pensado na intenção de se aprofundar mais na relação da materialidade e na inserção do edifício no local. Tomo por referência, então, Frank Lloyd Wright e suas ideias organicistas, de que assim como uma árvore que não está simplesmente pousada sobre o solo, e sim agregada a ele, um edifício deveria ser parte e se agregar ao local para onde foi projetado, esse edifício criado deve pertencer ao solo. E para colocar em prática esses conceitos, Wright passou a estudar a nova relação entre materiais e construção. Ele se perguntava qual seria o verdadeiro caráter de cada material e como tirar o máximo de proveito deste aliando às técnicas construtivas.
A partir dessas ideias, buscaram-se estratégias para se criar uma relação interior x exterior no edifício e trabalhar diferentes materialidades. Devido a grande quantidade de curvas de nível que atravessam o terreno foi dada especial atenção à integração entre o terreno e o edifício, assim o edifício está incrustrado no terreno, tirando proveito de seus diferentes níveis, tanto nos andares quanto no pátio, dividido em patamares de diferentes alturas. Para criar uma relação interior x exterior faz-se uso de panos de vidro e grandes aberturas nas fachadas com o objetivo de aproveitar e trazer toda a vista que pode ser observada no topo do morro, e também trabalha-se com os volumes dos setores da escola a fim de diferenciá-los pela sua forma. Sempre dando atenção aos materiais, para que esses estivessem sendo bem aproveitados.