Resumo:
Ana Maria Tavares inicia sua produção em meio à voga da pintura, no início dos anos 1980. Em 1983, participa da mostra coletiva Pintura como Meio, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP. Suas telas procuram interagir com o espaço circundante: a artista dispõe seus painéis buscando criar ambientes.
Em 1984, muda-se para os Estados Unidos, onde cursa mestrado na The School of The Art Institute of Chicago. Na escola de Chicago, é incentivada a desenvolver um trabalho mais espontâneo e a fazer uso de referências e padrões de industriais. Segundo o crítico de arte Tadeu Chiarelli, com base em sua experiência norte-americana, que vai de 1984 a 1986, a artista radicaliza seu descontentamento com "os espaços limitados das modalidades tradicionais".¹ Algumas instalações dessa época são expostas na Superior Street Gallery, em Chicago. Em 1986, realiza no jardim da Faap a escultura Abrigo para o Sol. Chiarelli considera a obra um marco na trajetória de Ana Tavares, por "estabelecer relações inusitadas com o espaço".² A partir de 1988, a artista busca atribuir uma aparência ainda mais industrial aos trabalhos. Algumas esculturas lembram objetos de design, como móveis, escadas, chicotes e outros.
Na década de 1990, faz instalações importantes. Algumas de suas obras ambientais recriam lugares anódinos, de passagem, como salas de aeroporto, roletas e salas de espera. A artista refaz ambientes que não demonstram qualidades distintivas nos quais as pessoas ficam por pouco tempo. Nesses trabalhos, o espaço é invadido por objetos impessoais e estranhos à galeria de arte.