Resumo:
A palestra sobre o grupo ‘Arquitetura Nova’, constituído por Sérgio Ferro (1938), Rodrigo Lefèvre (1938-1984) e Flávio Império (1935-1985), pretende retomar, discutir e homenagear os profissionais que constituíram esse grupo formado por docentes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, em 1962. Pertencente, portanto, à geração de arquitetos brasileiros, posterior à construção de Brasília e que influenciaram e marcaram uma produção crítica de arquitetura.
Os "novos" arquitetos - Ferro, Império e Lefèvre - discutem o papel social do arquiteto e as relações de produção no canteiro de obras, a perspectiva de industrialização da construção civil (particularmente habitacional) e as técnicas construtivas tradicionais. Compartilharam, durante os anos 1960, um escritório onde elaboraram projetos, sobretudo de residências de classe média, praticando o que eles mesmos definiram como "poética da economia": experiências construtivas relativamente simples, cuja otimização de procedimentos, tinha como objetivo aumentar a produtividade, ampliar o acesso à habitação e à arquitetura, e também propor novos modos de organização do trabalho no canteiro.
Quando Sérgio Ferro batiza a experiência do grupo como “Arquitetura Nova”, ele esclarece que foi uma referência ao Cinema Novo, ou seja, “meios simples e ideias na cabeça”.
Estendo esta homenagem aos colegas do grupo Arquitetura Nova, aos professores Mayumi Souza Lima e Sérgio Souza Lima, que também contribuíram para a cultura arquitetônica paulista, alinhados às ideias de Ferro, Lefèvre e Império.